Conta que numa
experiência científica, um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa
jaula. No meio, uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia na escada
para pegar as bananas, os cientistas jogavam um jato de água fria nos que
estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os
outros o pegavam e batiam muito nele.
Mas um tempo depois, nenhum macaco
subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então os cientistas substituíram
um dos macacos por um novo. A primeira atitude do novo morador foi subir a
escada. Mas foi retirado pelos outros, que o surraram.
Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada.
Um segundo foi substituído e o
mesmo ocorreu – tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo da surra
ao novato.
Um terceiro foi trocado e o mesmo
ocorreu. Um quarto e, afinal, o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas, então, ficaram com
o grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio,
continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.
Os macacos não tentavam pegar as
bananas e não sabia o porquê.
É assim que os ditadores agem. Uma
breve pesquisa no Google você vai ver que os países que menos investem em
educação são os países com regime ditatoriais (mas também se pesquisar mais um
pouco vai ver que os filhos dos ditadores sempre vão estudar fora).
As universidades são espaço de
pensamento, de pensamento crítico, sem ele estamos fadados a nos transformarmos
em robôs (ou em gado, como queiram).
Os governos (em sua maioria)
preferem que as pessoas sejam trabalhadoras e assim servir à Elite que os
mantém.
Não pense que é apenas uma questão
econômica ou politica, esse é o fenômeno social e cultural que está enraizado
em nosso meio de forma doentia.
As pessoas dizem que o trabalho é
dignidade, mas que trabalho? Que pagamento? Que dignidade, que honra tem em ser
um mero apertador de parafusos sem direito ao pensamento?
Quando em um churrasco de família
o tiozão do pavê fala contra o pensamento crítico podemos até achar engraçado.
Mas quando o Ministro da Educação fala isso devemos achar trágico, nocivo e
devastador.
É o pensamento crítico que nos
leva a um juízo intencional que nos dê condições de refletir sobre em que se
deve crer ou como reagir sobre determinado fato levando em conta o valor e ao
conteúdo desse fato, ou discurso...
Bolsonaro não permite o pensamento
crítico (que talvez ele, em sua ignorância profunda não saiba o que é isso),
pois o pensamento crítico fará com que as pessoas o analisem em suas
deficiências e crueldades. Ele (e aí entra o Ministério da Educação) quer o
povo burro, sem capacidade de pensar criticamente, de pôr em cheque suas falas
e suas ações (o que geralmente se defere muito uma da outra).
Se você gosta de pensar, de ser
crítico, de pôr à provas àquilo que te dizem, que tem opiniões baseadas em
argumentos sólidos (pois aqui vale dizer que opinião não é argumento), talvez
se sinta um pouco deslocado em um mundo bolsonariano, mas você não está só.
Só para terminar deixo um
lembrete: O pensamento crítico ele não existe como uma coisa que frise apenas o
pessimismo nem existe apenas para mostrar o erro e as contradições (embora seja
disso que o bolsonarismo tem medo), nem muito menos modificar a forma como os
outros pensam ou tirar da gente os sentimentos.
O bolsonarismo não quer que você pense. Ele quer que você seja gado, indo ao matadouro em silêncio.
Fuja desse mal enquanto você tem
voz e cérebro, porque a maldade corrói tudo e te deixará mudo sem que você
perceba.
Tio David ama vocês.
Petrolina, 16/06/2020
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