Este trabalho tem como proposta analisar o texto sobre “A Emancipação de Cumbe: 11 de Junho, 20 de Julho ou 19 de Setembro.”
NÓBREGA, DIONÍSIO JOSÉ, A Emancipação de Cumbe: 11 de Junho, 20 de Julho ou 19 de Setembro/ José Dionísio Nóbrega.
José Dionísio Nóbrega, mais conhecido no meio familiar de “Nisinho da Loló”, nascido em 9 de outubro em 1948, na Lagoa do Barro, Euclides da Cunha, Bahia, no dia de São Dionísio.
Em Tucano, Bahia com o padre Gumercindo fez o primário e posteriormente o ginásio em Feira de Santana e na Capital, São Salvador.
Concluiu Bacharel em Administração na UFBA e mestrado em Administração Tributária Fiscal de Rendas-SEFAZ, Sergipe, UFS em 1975.
No ano de 1978, passou com louvor no concurso de Auditor Fiscal, SEFAZ-Bahia.
Considerado um dos mais importantes historiador e genealogista da “História do Cumbe”. NÓBREGA utiliza-se do método de pesquisa de análise histórica. Sempre aproximando o conceito da busca dos fatores reais e primordiais dos sertanejos. Investiga a origem dos familiares, a oralidade tradicional e a memória nua e crua. Do jeito que a cronologia foi produzida pelos munícipes da sua amada cidade onde nasceu.
Autor de vários livros sobre os familiares da sua terra natal. Destaca-se; Capitão Dantas e os Três Ioiôs de Cumbe, Padre João Velho de Tucano e Carnaíba do Pires.
Sua outra paixão, além de escrever, é cantar e possui uma coletânea de antigo sucessos que interpreta bolero, mambo, lambada, forró, salsa, gafieira e seresta. Para encontrar esse produto, basta clicar no YouTube.
O texto relata o Cumbe do século XIX que caracteriza o “Projeto de Emancipação de Cumbe” na Câmara dos Deputados sob o número 477 e sua primeira discussão foi dada a 9 de julho de 1897. A povoação de Canudos estava em plena guerra e iria pertencer ao município de Cumbe.
A segunda discussão ocorreu a 27 de abril de 1898 e foi submetida em consideração da Casa, uma emenda que estabelecia a expressão “Vila de Nossa Senhora do Cumbe” para simplesmente “Vila do Cumbe”.
Em 6 de maio de 1898, em terceira e última discussão, aprovou o Projeto no Senado do Estado. O projeto foi discutido a 11 de maio de 1898 e foi despachado rapidamente, pelos parlamentares, por unanimidade, “a favor”.
Houve uma reclamação de uma “Petição do Conselho Municipal”, atual Câmera dos Vereadores que reclamava contra o projeto que nem sequer entrou em discussão.
Tudo isso, pelo fato de que foi precipitado o original projeto da criação do município da “Vila do Cumbe” que englobou sítios ou fazendas do município de “Tocano”, como era chamado Tucano na época; os distritos de Casabu e Algodões.
As discussões e aprovações dos dias 4, 6 e 11 de julho foram rápidas e sucessivas. O Projeto de Emancipação foi transformado em “Lei da Vila do Cumbe” em 20 de julho de 1898 e com publicação da data de 11 de junho de 1898. Decretado pelo Senado e levado ao então governador Conselheiro Viana.
RESSALTA o mestre Dionísio que através do decreto número 23 de 31 de dezembro de 1898, o “Chefe do Executivo Baiano”designou o dia 26 de fevereiro de 1899 para que se realizasse em Cumbe a sua primeira eleição, da qual saiu intendente o Major Antonino, líder político Local que muito batalhara para a emancipação daquela povoação.
A temporalidade do fato narrado sucedeu entre o século XIX e XX, respectivamente os anos das centúrias de 1898 a 1938.
O fato relevante da narrativa aborda a emancipação política predominantemente burguesa, sem a presença de grupos sociais inexistentes naquela época e da grande população.
Desfruta somente da presença política intelectual, do coronelismo, dos seus representantes políticos e dos pequenos senhores donos de terra.
Discutir a verdadeira emancipação do Cumbe ocorrida em 11 de junho de 1898.
Destaca os primeiros membros do “Conselho Municipal”; o coronel Arsênio Dias Guimarães, do Caimbé; Ernesto Francisco da Silva Reis, Filho do Major Antonino; Luiz Martins de Almeida (Seo Lulu), da Lagoa do Barro; Joaquim de Carvalho Lima, filho de Baltazar Francisco Lima, primeiro Lima a pisar no Cumbe); José Joaquim de Santana, pai do futuro intendente e também prefeito Joaquim Menino, avô deste narrador e Raimundo José do Conselho, Raimundo Cajazeira, esposo de Maria do Brejinho e pai de Manuel do Conselho Campos, Detinho, genitor do empresário e advogado Ranulfo Campos.
No dia 9 de novembro de 1902, houve a segunda eleição, na qual se elegeu intendente, Potâmio Américo de Souza, com 25 anos incompletos tornou-se o segundo político a gerir o Cumbe.
Entre os Conselheiros Municipais, evidenciam os nomes de Raimundo da Silva Dantas, tio dos irmãos Ioiô Dantas, Zé Dantas, avô deste cronista e ROZENDO Ferreira Primo, avô do confrade ROZENDO Ferreira Neto.
No início do ano de 1930 o Cumbe teve como intendentes: Major Antonino (dois mandatos); Coronel Potâmio (dois mandatos); Coronel Arsênio Dias (três mandatos); Capitão Francisco da Silva Dantas, ex coletor de 1901, sergipano de Cristinapolis e bisavô deste colunista. O referido capitão é considerado como o político que trouxe a primeira professora Erotildes Siqueira de Salvador a “Cumbinópolis”, nome carinhoso que este redator costuma chamar Euclides da Cunha, antigo Cumbe do Major; Joaquim de Carvalho Lima ( tio de Joaquim Menino ( avô deste relator); Benevides Dias Moreira; Joaquim de Santana Lima, o Joaquim Menino e pai do legendário Zezé Lima e Luiz Ferreira do Nascimento (seo Lua), sogro de Zé Dantas, avô deste descritor. Entretanto, Luiz Ferreira é o último intendente de Cumbe que também ficou conhecido como o homem que denunciou Lampião às autoridades da capital, quando o famigerado bandoleiro se embrenhou naquela vila. Tornando-se vítima do cangaceiro e que sobreviveu para contar a verdadeira história.
O grande genealogista do sertão escreveu com bastante apreço sobre a Emancipação de Cumbe que deixou de ser “Distrito de Paz” em 11 de junho de 1898, ademais, há possibilidade de ser em 20 de julho, quando a lei número 253 foi criada. Notabiliza que a data foi publicada em 11 de junho de 1898. Prestes para se tornar um dos maiores municípios da Bahia em área geográfica e com limites com Tucano, Monte Santo, Jeremoabo, Cícero Dantas e Pombal.
A Revolução de 30 levou a Bahia a sentir a necessidade de reduzir o número de municípios com a finalidade de exercer maior domínio sobre a urbanização. Desse jeito, muitos municípios deixaram o mapa político baiano insatisfeitos das prefeituras incorporadas e passaram a atribuir o status de subprefeituras.
Exemplo disso é o território do município de Cipó, que se emancipara a 8 de julho de 1831, por força do decreto número 7479, foram anexados os municípios de Soure, ao qual Cipó pertencia como povoado, Pombal, Tucano e Amparo.
O Cumbe é emancipado desde 1898 e Uauá em 1926, voltaram a pertencer a Monte Santo em 8 de julho de 1931 pelo Decreto número 7478. Antes equivocadamente anexado a Parapiranga através do Decreto número 7455, de 23 de junho de 1931.
Por causa dessa política anexacionista, o Cumbe passou por momentos delicados em sua história e por verdadeiro retrocesso político.
Com a organização dessa estrutura política de subprefeitura, o Cumbe foi o último município da Bahia a ter subprefeitura e subprefeito. No entanto, dois anos depois da perda de autonomia, no dia 17 de março de 1933 foi constituído a subprefeitura (DEC. Nº 8420, de 17/03/1933) e 63 dias depois (24 de maio de 1933) foi nomeado subprefeito o senhor José Camerino de Abreu (DOE, 24 de maio de 1933).
O dia 19 de setembro é uma data historicamente relevante, não só para a cidade, como para todo o município através do Decreto nº 8642, pela nomeação do prefeito, José Camerino de Abreu e subprefeito Corrêa de Menezes.
Designa, portanto, o dia 10 de outubro daquele ano para a instalação de Cumbe, Uauá e Pombal.
O Decreto Lei número 11089, de 30 de novembro de 1938, estabeleceu que o município e seu distrito-sede, uma nova nomeação de Euclides da Cunha.
Uma homenagem ao correspondente de Guerra de Canudos, o autor de “Os Sertões”.
Observa-se, que há várias datas históricas para o município de Euclides da Cunha comemorar.
Compete aos pesquisadores, historiadores, vereadores que professam sobre a história do Cumbe mostrar a história com retidão, realismo e profissionalismo, especialmente da Câmara Municipal Euclidense de propagar e divulgar a face do estopim dessa fascinante emancipação e restauração política ocorrida durante a “República Velha”. Convém notar, portanto, pelos 91 anos da Restauração Política de sua autonomia administrativa e pelos seus 126 anos de Emancipação Política. Vale reiterar aos legisladores do antigo Cumbe, não esquecer os restantes 35 anos de pura pujança administrativa entre os primeiros intendentes que desbravaram essa terra, logo no início do triunfal século XX.
Fazendo com que se torne de grande relevância essa boa leitura e que mantenha esses fatos históricos no seu devido lugar no “Panteão da História Baiana e Sertaneja”.
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