O vice-governador Darci Piana lançou a pedra fundamental do Parque Tecnológico Industrial da Saúde do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) em Maringá, em solenidade realizada nesta terça-feira (19). O evento marcou o início oficial das obras de implantação do novo campus do Tecpar, que nesta etapa recebe investimento de R$ 24 milhões do Governo do Estado.
A atual fase da construção do parque tecnológico está relacionada à infraestrutura no local, um terreno doado pela Prefeitura de Maringá ao Tecpar, com área de 100 mil metros quadrados. Nesta etapa, estão previstas obras de asfaltamento e cercamento da área e a construção de um prédio administrativo e central de utilidades, dentre outras edificações necessárias para o funcionamento do parque.
Após a finalização dessa etapa, novos investimentos, públicos e privados, serão realizados no parque tecnológico, que tem como vocação a produção de insumos estratégicos para o Ministério da Saúde, bem como parcerias para a Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos.
“A saúde é uma prioridade para o Governo do Estado. Enquanto muitos estados reduziram seus investimentos em saúde após a pandemia, o Paraná continua mantendo leitos e investindo nos hospitais e equipamentos de saúde. Isso vem se somar ao trabalho do Tecpar, que está junto nessa jornada, absorvendo novas tecnologias e, com isso, trazendo investimento para o Paraná e melhoria para a saúde pública. O Tecpar é um orgulho dos paranaenses, já produz vários medicamentos para SUS, e agora, diversificando as suas atividades, vem somar a isso outros produtos de relevância para a saúde pública”, afirmou Piana.
Ele ressaltou que a obra concretiza um projeto que está sendo desenvolvido desde o início do mandato do governador Carlos Massa Ratinho Junior, com a participação da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), e de outras instituições do município, que trabalharam em conjunto.
O diretor-presidente do Tecpar, Celso Kloss, lembrou que essa infraestrutura que passa a ser construída contribuirá, futuramente, para transformar o parque tecnológico em um polo biotecnológico. "Isso, consequentemente, transformará Maringá em um dos principais polos farmacêuticos do país, com investimentos do Governo do Estado e com a descentralização das ações do Tecpar. O parque tem como objetivo atrair várias empresas especializadas em pesquisa e desenvolvimento de produtos de ponta na área de saúde, gerando desenvolvimento econômico e social para a cidade", salientou.
Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde do Ministério da Saúde, destacou que a obra em Maringá é um investimento estratégico da maior relevância para a pasta, já que a saúde tem alta prioridade na política de desenvolvimento do governo federal.
“Esse investimento do Tecpar aqui em Maringá é histórico. Mais do que uma pedra fundamental, talvez esse investimento signifique uma oportunidade para que Maringá entre numa estratégia de desenvolvimento ativo na quarta revolução tecnológica industrial. Agora, nós contamos com o Tecpar aqui para fornecer produtos estratégicos, tecnologia e inovação para o SUS, gerando emprego, renda e desenvolvimento no município e no Estado”, afirmou.
Para o secretário estadual da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros, há uma grande oportunidade de muitos investimentos para o Tecpar e para Maringá a partir deste novo polo farmacêutico. Ele lembrou que esta foi uma decisão tomada pelo Codem, que em 2014 definiu que a cidade teria um polo de medicamentos e um polo aeronáutico.
“É um avanço muito importante para Maringá que temos neste momento, com o início efetivo do nosso polo de medicamentos aqui na cidade, através dos investimentos do Tecpar. Teremos a possibilidade da implantação de muitas indústrias neste terreno amplo, além de uma instalação de envase de ampolas para medicamentos dos parceiros do Tecpar”, disse o secretário.
O intenso trabalho conjunto para viabilizar o polo de saúde em Maringá, no terreno doado pela prefeitura, foi enfatizado, também, pelo prefeito da cidade, Ulisses Maia. “Contamos com apoio do governador Ratinho Junior, e isso hoje é realidade. O Brasil precisa muito produzir fármacos e vacinas, a pandemia mostrou isso, ficamos sem materiais por conta da falta de produção da indústria nacional. Então, recebemos apoio do governo federal, que entendeu essa necessidade; do Tecpar, com toda a tecnologia e viabilizando as parcerias necessárias, e do Governo do Estado, dando apoio para viabilizar esta obra”, salientou.
Antes do lançamento da pedra fundamental, as autoridades realizaram uma visita técnica à obra.
FÓRMULAS NUTRICIONAIS– A primeira empresa que deve se instalar no parque tecnológico do Tecpar será a Astra Medical Supply, com uma unidade industrial voltada à produção de fórmulas nutricionais. A escolha se deu após um chamamento público, que teve como vencedor o consórcio das empresas Astra Medical Supply e Nucite, para alimentação de pessoas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), um efeito adverso à saúde decorrente de uma resposta imune específica que ocorre na exposição a uma proteína presente no leite de vaca.
Os produtos serão destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo a uma demanda nacional por este tipo de fórmula.
Além da instalação da indústria para produção nacional das fórmulas de nutrição clínica especializada, a parceria também prevê a transferência de tecnologia para o instituto paranaense.
VACINAS– O planejamento da implantação do parque prevê, ainda, a construção de uma central de envase, infraestrutura necessária para dar suporte à futura produção de vacinas do instituto, cujo projeto pode ser financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
Em outra frente, o Tecpar submeteu quatro projetos de produção de vacina para fornecimento ao Ministério da Saúde, dentro do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Se aprovado, o Tecpar poderá produzir e fornecer, a partir de Maringá, vacinas contra a raiva humana, varicela e poliomielite, além da vacina Pneumo 23, que protege contra doenças causadas por 23 tipos de pneumococos. Esses projetos estão em fase de análise pelo Ministério da Saúde.
FUNDO PARANÁ– Os recursos para a construção do parque tecnológico são oriundos do Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico administrado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para o financiamento de projetos em áreas estratégicas do Paraná. A previsão é que a obra seja executada em até dois anos.
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