O prazo para que nove sites no Brasil suspendam a venda de 48 marcas de whey protein termina nesta sexta-feira (6). A medida foi adotada depois que a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) enviou ao governo um estudo apontando adulterações nos produtos por não apresentarem a quantidade de proteína informada nos rótulos. Uma das empresas citadas e uma associação do setor emitiram notas repudiando a reprovação dos produtos e contestando o levantamento (leia nota ao final da reportagem). As informações são do g1.
A decisão de suspensão das vendas é da Secretaria Nacional do Consumidor, órgão pertencente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, por suspeita de adulteração dos suplementos alimentares.
— Os riscos podem ser os mais variados, desde alergias leves, constipações em desconfortos intestinais até a morte — informou Marcelo Bella, presidente da Abenutri.
O presidente da associação ainda pede para que consumidores desconfiem de ofertas duvidosas e busquem informações.
— Antes de comprar o produto, verifique a reputação das empresas fabricantes desses produtos — diz.
Um dos fabricantes citados no estudo da associação que baseou a suspensão das vendas, o Grupo Supley enviou nota à reportagem repudiando a reprovação de produtos de whey protein e afirmando que as pesquisas teriam procedência duvidosa e estariam sendo questionadas judicialmente. Confira abaixo a íntegra da nota da empresa:
“O Grupo Supley repudia fortemente a reprovação de produtos de whey protein que teve como fonte a Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) que, mais uma vez, mente e propaga desinformação. São pesquisas com procedência duvidosa e por isso estão sendo questionadas judicialmente, havendo decisão que reconheceu as inconsistências metodológicas nos laudos e, no dia 8 condenando a Abenutri à retratação pública.
Os produtos do Grupo Supley são rotineiramente avaliados pela empresa e pela Anvisa, esta, sim, responsável por este tipo de análise e fiscalização. A Justiça também entende que os produtos do Grupo Supley estão em conformidade no que diz respeito à rotulagem, ingredientes e quantidades especificadas em seus produtos.
Mais uma vez, a Abenutri usa de falsas informações para trazer instabilidade ao mercado, desinformação e medo aos consumidores. A Associação adota uma postura controversa, com histórico de avaliações que não seguem os padrões técnico-científicos estabelecidos pela Anvisa, órgão regulador.
Para consulta: Processo Digital nº: 1001354-69.2023.8.26.0347“.
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais (Brasnutri) também se manifestou após a suspensão. A entidade alegou que a medida leva em consideração um laudo de 2022, com produtos que nem são mais comercializados atualmente. Confira abaixo a nota na íntegra:
“A BRASNUTRI esclarece que a proibição recente de comercialização de produtos whey protein anunciada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) é infundada. A Secretaria leva em consideração um laudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) em 2022, de produtos que nem sequer são comercializados atualmente.
Além disso, é importante reforçar que os laudos divulgados pela Abenutri não seguem padrões técnicos ou regulatórios estabelecidos pelos órgãos competentes e não são chancelados pela Anvisa e pelos demais integrantes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS, entidades oficiais responsáveis pela análise e fiscalização de produtos deste mercado.
Os laudos mencionados estão sob investigação do Tribunal de Justiça de São Paulo, em ação judicial que já apontou inconsistências metodológicas e destacou a “falta de certeza quanto à confiabilidade das conclusões” ali apresentadas. Em nota técnica anexada ao processo, os farmacêuticos Jamaira Moreira Giora e Dirceu Barbosa (ex-presidente da Anvisa), também destacaram que não há clareza em relação aos aspectos legais e sanitários utilizados nas análises laboratoriais.
A BRASNUTRI defende um mercado transparente e mais seguro, com base na ciência, e está à disposição para trabalhar em conjunto com órgãos reguladores para garantir o direito dos consumidores a informações confiáveis e reconhecidas pelas autoridades competentes.
BRASNUTRI – Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais“
“O grupo BRG Suplementos refuta a forma errônea como foram divulgadas as informações referentes seus produtos e já está tomando as medidas cabíveis. Os testes realizados pela ABENUTRI carecem de maior transparência, rigor e evidências científicas, visto que a forma como os testes são realizados não é divulgada e tampouco há a possibilidade de contraprova. A ABENUTRI não representa os interesses do mercado de suplementos, a ANVISA ou qualquer outro órgão fiscalizador, além de ter claros conflitos de interesses relacionado ao mercado de suplementos.
“Os produtos das marcas INTEGRALMEDICA, DARKNESS, NUTRIFY seguem um rigoroso processo de produção e controle de qualidade. A fábrica onde são produzidos é constantemente fiscalizada e possui todas as licenças sanitárias e de operação necessárias. Todos os nossos produtos são testados, e possuímos laudos que atestam a qualidade e pureza. Realizamos um acompanhamento minucioso desde o recebimento da matéria-prima até o envio dos produtos aos nossos consumidores.
Agradecemos a confiança de nossos clientes e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos“
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