Uma denúncia grave veio à tona envolvendo o Hospital Português de Euclides da Cunha. Giovana, filha do paciente oncológico Daniel Ferreira de Santana, de 80 anos, residente no povoado Serra da Mãe Inácia, relatou uma série de negligências que comprometem o tratamento e a vida de seu pai. Internado desde o dia 23 de dezembro, o idoso segue lutando contra um sistema que deveria oferecer suporte, mas que tem falhado em aspectos básicos.
De acordo com o relato, o paciente possui um relatório médico detalhado com orientações claras sobre como proceder em emergências, mas, desde o início da internação, o principal medicamento necessário não foi administrado por indisponibilidade no hospital. A regulação para transferência foi marcada por atrasos e erros. Apesar de a vaga ter sido disponibilizada em Salvador na madrugada do dia 4 de janeiro, a transferência não ocorreu devido à falta de equipamentos adequados na ambulância.
No dia 6 de janeiro, descobriu-se que uma nova solicitação de transferência sequer havia sido registrada. Apenas após intensa pressão da família, um novo pedido foi realizado no dia 7, mas com informações incorretas, alterando a necessidade para cuidados paliativos, ignorando a real condição do paciente.
O estado de saúde de Daniel agravou-se rapidamente, evoluindo de uma simples dor de garganta para uma condição de extrema fraqueza. Além disso, a receita de um medicamento essencial desapareceu do prontuário, impossibilitando sua compra pela família.
Giovana denuncia que essas práticas negligentes não são casos isolados, mas uma constante no hospital, e questiona o motivo pelo qual autoridades não tomam medidas. Segundo ela, muitos não denunciam por medo de represálias, mas ela decidiu romper o silêncio para salvar a vida de seu pai e alertar a população sobre o descaso.
“Essas pessoas são seres humanos, e não é a espera pela regulação que mata, mas a negligência. Meu pai está dependendo da misericórdia divina para sobreviver. Isso é crime!”, desabafou Giovana em tom de revolta e desespero.
A situação levanta questionamentos sobre a qualidade dos serviços de saúde oferecidos no município e o papel das autoridades competentes na fiscalização. Enquanto respostas e soluções não chegam, vidas como a de Daniel seguem em risco, dependendo de um sistema que tem falhado em sua missão mais básica: salvar vidas.
Mín. 18° Máx. 34°