Em Salvador e na região metropolitana, a violência imposta pelas facções criminosas vai muito além das armas e drogas. Gestos, cores de roupas e até estampas podem ser interpretados como um sinal de afiliação a um grupo rival, levando à morte em muitas ocasiões. Para quem vive nas comunidades, esse controle sobre o comportamento e as escolhas pessoais se torna uma ameaça constante, onde qualquer deslize pode ter consequências fatais.
A dinâmica de facções em Salvador exige um controle detalhado sobre a aparência e os gestos das pessoas, tornando as cores de roupas e até as estampas em camisas uma questão de vida ou morte. Muitas comunidades em Salvador, como no Subúrbio Ferroviário ou em áreas da Baixa do Fiscal, vivem sob esse “código de conduta”. No local, usar a cor errada pode ser interpretado como pertencente a um grupo rival, o que coloca a pessoa em risco de ser assassinada. A violência, portanto, é muitas vezes silenciosa e disfarçada de códigos sociais, que podem ser difíceis de identificar para quem não está inserido nesse contexto.
O assassinato de Francisco de Assis, em Salvador, ilustra tragicamente os efeitos dessas normas invisíveis. Ele foi morto após ser confundido por facções locais devido a um simples gesto ou roupa, que foi mal interpretado. Esse tipo de tragédia é mais comum do que se imagina. Jovens de Salvador, especialmente aqueles que vivem em áreas periféricas, se tornam alvos fáceis dessas facções, que ditam até o tipo de roupa que deve ser usado para evitar associações indesejadas.
As comunidades de Salvador precisam se unir contra essas formas de violência invisível, que dominam as regras sociais locais. O papel da população é essencial para enfraquecer o controle das facções. A denúncia por meio de canais seguros, como o Disque Denúncia (181), se torna vital para a redução da violência. A cidade tem visto progressos na segurança pública, mas os desafios ainda são muitos. A conscientização sobre a importância de evitar qualquer tipo de afiliação percebida com facções criminosas e a coragem de denunciar essas práticas ilegais podem ser a chave para salvar vidas.
Para evitar ser vítima desse ciclo de violência, é crucial que os cidadãos estejam cientes de como as facções operam. A educação nas comunidades sobre os sinais de perigo, bem como o entendimento de como se proteger sem se envolver nesses códigos de facção, pode ser uma ferramenta poderosa para a segurança. Além disso, políticas públicas que incentivem a participação da população e fortalecem a confiança nas forças de segurança são essenciais.
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