O Ministério do Trabalho e Emprego responsabilizou a Ambev e a Prefeitura de Salvador por submeterem 303 vendedores ambulantes de bebidas a condições análogas à escravidão durante o Carnaval deste ano. A fiscalização, realizada entre 19 de fevereiro e 4 de março no circuito Barra-Ondina, revelou que os trabalhadores não tinham autonomia, estando em total subordinação à empresa.
A Prefeitura foi corresponsabilizada por firmar contrato que cedia exclusividade à Ambev e por gerenciar a seleção e fiscalização dos trabalhadores, sem impedir as condições degradantes. Segundo a fiscalização, os ambulantes enfrentaram jornadas exaustivas, ausência de direitos trabalhistas e condições precárias de trabalho.
A Ambev afirmou que atuou apenas como patrocinadora do evento e que a comercialização de produtos foi realizada por ambulantes autônomos credenciados pela Prefeitura, sem vínculo empregatício com a empresa.
Além disso, denúncias indicam que cordeiros, responsáveis por conduzir os blocos carnavalescos, também enfrentaram condições de trabalho degradantes, incluindo jornadas excessivas, falta de equipamentos de proteção, alimentação inadequada e agressões por parte de foliões.
Os casos reforçam a necessidade de maior fiscalização e medidas para garantir condições dignas de trabalho durante grandes eventos.
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