A Polícia Civil da Bahia deflagrou, na manhã desta quarta-feira (9), a 2ª fase da Operação Falsas Promessas, que prendeu 24 pessoas envolvidas em um gigantesco esquema de rifas ilegais, suspeito de movimentar cerca de R$ 500 milhões. Entre os alvos estão figuras conhecidas nas redes sociais, como o policial militar e influenciador Lázaro Alexandre, o “Tchaca Tchaca”, e o rifeiro José Roberto Santos, o “Nanan Premiações” — preso pela segunda vez em menos de seis meses.
De acordo com a polícia, a organização criminosa utilizava as redes sociais para divulgar rifas de alto valor com resultados manipulados, beneficiando integrantes do próprio grupo. A operação teve como foco o combate à lavagem de dinheiro oriundo de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas. Empresas de fachada e laranjas eram usados para mascarar a origem dos recursos.
Nanan Premiações foi preso em um condomínio de luxo na Estrada do Coco, na Região Metropolitana de Salvador, junto com sua esposa, a influenciadora Gabriela Silva. Logo após a prisão, Gabriela utilizou suas redes sociais para criticar a ação:
"Mais uma vez a perseguição do sistema. Até quando o pobre que saiu da miséria vai ser tachado de marginal? Como acordo mais uma vez com minha casa cheia de polícia?", escreveu ela em seus stories.
Essa é a segunda vez que Nanan é preso. Em setembro de 2024, ele já havia sido detido na primeira fase da mesma operação, ao lado do blogueiro Ramhon Dias e de outros envolvidos no esquema. Naquela ocasião, foram cumpridos 48 mandados em quatro estados, e dezenas de veículos, motos aquáticas e lanchas foram apreendidos.
Outro alvo de destaque nesta nova fase foi o PM Lázaro Alexandre, o “Tchaca”, que já era conhecido por seu perfil polêmico nas redes sociais. Além de influencer, Tchaca é réu por participação na Chacina do Cabula (2015) e já havia sido punido com 15 dias de prisão disciplinar pela Polícia Militar da Bahia em 2024, por violar preceitos éticos e disciplinares do Estatuto da corporação.
A operação mobilizou cerca de 300 policiais civis e contou com o apoio de diversos departamentos especializados da Polícia Civil, como o Draco-LD (Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro), Denarc, DHPP, DEIC, Depin, Depom e outros. A Corregedoria da Polícia Militar também acompanhou os trabalhos.
A Polícia segue investigando a extensão do esquema e a possível relação direta entre os líderes do grupo e organizações criminosas que atuam no tráfico de drogas no estado. Influência digital, ostentação e supostos prêmios milionários são as principais fachadas de um sistema sofisticado de fraude que começa a ser desmontado pela Justiça baiana.
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