Se você for estacionar seu carro na Praça da Bandeira, em Euclides da Cunha, é bom levar uma proteção — para o carro, claro. Mais uma vez, no dia 17 de maio de 2025, veículos amanheceram debaixo dos galhos apodrecidos e caídos de árvores centenárias que não resistiram à chuva da madrugada. Tragédia? Não. Surpresa? Também não. Essa cena se repete há pelo menos três anos. E ninguém, absolutamente ninguém, fez nada.
Em 2022, sob a gestão do então prefeito Luciano Pinheiro, uma forte trovoada alagou ruas e derrubou árvores na cidade — incluindo na Praça da Bandeira. O problema foi denunciado, documentado e amplamente noticiado, inclusive aqui, no Portal Euclidense. Em 2024, novo episódio, mesmo local, mesmas árvores doentes: galhos podres, troncos ocos, infestados por fungos — a receita perfeita para o desastre.
Agora, em 2025, com o atual prefeito Helder Macedo, o Heldinho, sucessor direto de Luciano e pupilo político da mesma turma, o roteiro continua exatamente o mesmo. A única diferença? Nenhuma. Porque, apesar da troca de prefeito, a Secretária de Meio Ambiente é a mesma desde o governo anterior — e com a mesma disposição para não agir.
O resultado é este: a cada chuva mais intensa, a população precisa torcer para que uma árvore centenária — completamente negligenciada — não desabe em cima de uma pessoa, de uma barraca ou de um carro. Desta vez, mais uma vez, foram os veículos que pagaram o preço do abandono público.
A Praça da Bandeira, que deveria ser um ponto de convivência, virou um campo minado. Árvores com décadas de vida precisam de cuidados técnicos, podas seguras, análises fitossanitárias e, quando necessário, remoção programada e replantio. Mas em Euclides da Cunha, parece que o plano de manejo ambiental é o da sorte: deixa chover e reza pra nada cair.
E diante desse histórico de irresponsabilidade, fica a pergunta que ecoa entre os moradores e nunca é respondida pelos gestores públicos:
Será que só vão tomar providências quando houver perda de vidas humanas?
Porque bens materiais já foram — mais de uma vez. Mas parece que, para a prefeitura, ainda não é o suficiente para sair da inércia.
E que fique registrado mais uma vez aqui no Portal Euclidense: quando a próxima árvore cair — e ela vai cair — ninguém poderá dizer que não foi avisado. Desde 2022, a tragédia é a mesma. Só mudam os caranguejos. A lama, essa, segue firme.
Mín. 13° Máx. 26°