Neste 17 de maio, Dia Internacional contra a LGBTfobia, o Brasil segue liderando uma das estatísticas mais alarmantes do mundo: é o país que mais mata pessoas trans e travestis há 16 anos consecutivos. Somente em 2024, foram 122 assassinatos, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
A data marca os 35 anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, em 1990. Desde então, o dia 17 de maio passou a simbolizar a luta contra o preconceito, a discriminação e a violência contra pessoas LGBTQIAPN+. Inclusive, saber o que cada letrinha dessa significa é fundamental para se informar e ter mais respeito às pessoas que não se encaixam como heterossexuais.
De acordo com o levantamento da Antra, apesar da queda de 16% no número de mortes em relação ao ano anterior, o perfil das vítimas permanece o mesmo: jovens, pretas, pobres e do Nordeste. A expectativa de vida média da população trans no Brasil segue baixa, em torno de 35 anos.
No país, a LGBTfobia é enquadrada na Lei do Racismo desde 2019, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A pena pode chegar a 5 anos de prisão, além de multa.
Além de reforçar o combate à violência, a data também traz à tona o debate sobre representatividade e identidade. A sigla usada atualmente, LGBTQIAPN+, representa lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, não-binários e outras identidades.
A nomenclatura evoluiu com o tempo. Nos anos 1990, era comum o uso do termo GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), considerado excludente. A mudança para LGBT refletiu um movimento de maior visibilidade para mulheres lésbicas e travestis. Desde 2013, outras letras foram incorporadas para abranger a diversidade sexual e de gênero existente.
Veja o que significa cada letra da sigla:
L — Lésbicas: mulheres que se relacionam afetiva ou sexualmente com outras mulheres.
G — Gays: homens que se relacionam afetiva ou sexualmente com outros homens.
B — Bissexuais: pessoas que se relacionam afetiva ou sexualmente com mais de um gênero.
T — Transgêneros e travestis: pessoas cuja identidade de gênero é diferente daquela atribuída ao nascer.
Q — Queer: identidades que fogem da norma heterossexual e cisgênero, como drag queens e outras expressões dissidentes.
I — Intersexo: indivíduos com características biológicas que não se enquadram nas definições típicas de masculino ou feminino.
A — Assexuais, agêneros e arromânticos: pessoas que não sentem atração sexual ou não se identificam com um gênero.
P — Pansexuais e polissexuais: indivíduos que se atraem por outros independentemente de identidade ou gênero.
N — Não-binários: pessoas que não se reconhecem exclusivamente como homem ou mulher.
+ — Representa todas as outras identidades e orientações ainda não nomeadas na sigla.
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