Na década de 1990, os Tamagotchis conquistaram o mundo como bichinhos virtuais que exigiam cuidados constantes de seus donos. Hoje, uma nova tendência vai além: os bebês reborn — bonecas ultrarrealistas que imitam recém-nascidos — estão ganhando espaço entre adultos, gerando discussões sobre seus usos e implicações.
Inicialmente criados como objetos de arte e utilizados em contextos terapêuticos, os bebês reborn agora são adotados por adultos que os tratam como filhos reais. Vídeos nas redes sociais mostram rotinas de cuidados, passeios e até festas de aniversário para essas bonecas. Para o psiquiatra Marcelo Honda Yamamoto, essa prática pode ser uma forma de lidar com o vazio emocional, mas alerta para os riscos quando a fantasia substitui a realidade.
A psicóloga Juliana Gebrim destaca que, embora a interação com os reborn possa ser benéfica em contextos específicos, como no auxílio a idosos com Alzheimer ou mães enlutadas, é essencial observar se essa relação não está substituindo conexões humanas reais.
A popularidade dos bebês reborn reflete uma busca por conforto e controle em um mundo cada vez mais imprevisível. No entanto, especialistas enfatizam a importância de equilibrar essa prática com a realidade, garantindo que ela não se torne uma fuga das relações humanas autênticas.
Mín. 16° Máx. 27°