Nos últimos anos, o mercado automotivo brasileiro tem testemunhado uma transformação significativa com a ascensão das montadoras chinesas. Empresas como BYD e GWM têm conquistado uma fatia crescente do mercado, desafiando marcas tradicionais e mudando a dinâmica do setor.
De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de carros chineses no Brasil aumentaram 299% nos primeiros onze meses de 2024, saltando de 32,2 mil unidades em 2023 para 105.763 em 2024 .
A BYD, por exemplo, já ocupa 5,26% do mercado de automóveis no Brasil, superando marcas como Renault e Nissan . A empresa lidera isoladamente o mercado de veículos elétricos com 68,07% das vendas e tem um forte desempenho em híbridos, com 31,64% de participação.
A GWM, que recentemente adquiriu a antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP), detém 2,10% do mercado total de automóveis e 9,59% do mercado de elétricos, consolidando-se como uma das principais marcas emergentes no setor .
O sucesso das montadoras chinesas no Brasil pode ser atribuído a uma combinação de fatores:
Tecnologia avançada a preços competitivos: As montadoras chinesas têm sido capazes de oferecer veículos com recursos de ponta, como sistemas de assistência ao motorista e conectividade avançada, a preços mais acessíveis .
Produção local: Para reduzir custos de importação e tornar os veículos ainda mais competitivos, empresas como BYD e GWM estão investindo na produção local. A BYD, por exemplo, comprou a fábrica antes ocupada pela Ford, na Bahia, e iniciará a produção de modelos híbridos e elétricos no fim de 2024 ou início de 2025 .
Marketing direcionado: Investimentos em campanhas publicitárias focadas em destacar qualidade, inovação e acessibilidade têm ajudado a reverter percepções negativas associadas a produtos chineses .
A ascensão das montadoras chinesas tem pressionado as marcas tradicionais a se adaptarem. Marcas como Fiat, Volkswagen e Chevrolet têm sentido a pressão e começado a reformular suas estratégias para não perder espaço .
A Fiat, por exemplo, lançou recentemente versões do Pulse e Fastback com motorização híbrida. A Chevrolet planeja eletrificar sua frota em breve, com o lançamento do Chevrolet Tracker híbrido e do SUV compacto Spark EUV, para rivalizar com modelos como o BYD Dolphin .
Com o crescimento contínuo das montadoras chinesas e seus investimentos em produção local, é provável que sua participação no mercado brasileiro continue a aumentar. Isso representa um desafio significativo para as marcas tradicionais, que precisarão inovar e se adaptar para manter sua relevância no mercado.
A presença crescente das montadoras chinesas no Brasil também pode ter implicações mais amplas, como influenciar políticas industriais e comerciais, além de impactar a cadeia de suprimentos e o emprego no setor automotivo.
Em resumo, a ascensão das montadoras chinesas no Brasil está redefinindo o mercado automotivo, oferecendo aos consumidores mais opções e forçando as marcas estabelecidas a se reinventarem.
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