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Quarenta em diante: Renascer por Dentro e por Fora

Os hábitos que aprisionam sua saúde, aceleram o envelhecimento e como romper essas barreiras para viver com vitalidade, equilíbrio e longevidade

21/06/2025 às 18h19 Atualizada em 21/06/2025 às 18h26
Por: MARCELO NOBRE Fonte: REDAÇÃO
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Foto: Reprodução / Redes Sociais
Foto: Reprodução / Redes Sociais

ltrapassar os 40 anos é cruzar uma fronteira simbólica da vida. É um divisor de águas onde as escolhas, que antes pareciam não ter tanto peso, começam a refletir diretamente no corpo, na mente e na alma. Não se trata apenas de estética ou aparência, mas de saúde, vitalidade e, principalmente, de qualidade de vida. Os hábitos que carregamos desde a juventude podem, sem percebermos, estar nos levando a um envelhecimento precoce, a doenças silenciosas e ao enfraquecimento da nossa saúde mental e emocional.

Se por um lado a maturidade traz experiência, sabedoria e autoconhecimento, por outro, ela também exige responsabilidade com o próprio corpo. O que antes parecia “não fazer mal” — como noites mal dormidas, alimentação desregrada, sedentarismo ou negligência emocional — agora cobra a conta. E, se ignorados, esses comportamentos podem custar não só anos de vida, mas também o bem-estar durante esse tempo.

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A boa notícia é que nunca é tarde para mudar. O organismo humano tem uma capacidade extraordinária de regeneração. Abandonar maus hábitos após os 40 não apenas previne doenças, mas também traz ganhos visíveis: mais disposição, energia, humor estável, melhora na aparência da pele, controle do peso e até mais clareza mental.

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1. Sedentarismo: o vilão silencioso da longevidade

O sedentarismo é, sem dúvidas, um dos principais responsáveis pelo envelhecimento precoce. Após os 40, há uma tendência natural à perda de massa muscular (sarcopenia) e à redução do metabolismo basal, o que favorece o acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal. Isso não é apenas uma questão estética: a gordura visceral é altamente inflamatória e está diretamente ligada ao aumento do risco de diabetes tipo 2, hipertensão, infarto e AVC.

Praticar atividades físicas não significa, necessariamente, passar horas na academia. Caminadas diárias, dança, musculação, yoga, pilates ou qualquer exercício prazeroso já são suficientes para ativar o metabolismo, proteger articulações, preservar a densidade óssea e melhorar a saúde cardiovascular. A musculação, especialmente, é altamente recomendada, pois ajuda a manter os músculos fortes e os ossos saudáveis.

2. Alimentação: o que antes era só sabor, agora é medicina

Comer mal após os 40 tem um impacto muito mais severo. O excesso de açúcar, gordura trans, sódio e alimentos ultraprocessados não só engorda, como destrói silenciosamente a saúde. Eles favorecem inflamações crônicas, aumentam o risco de câncer, comprometem o funcionamento do fígado, intestino e até do cérebro.

Por outro lado, adotar uma alimentação baseada em comida de verdade — rica em frutas, legumes, verduras, grãos integrais, proteínas magras e gorduras boas (como azeite, castanhas e abacate) — não apenas protege, mas regenera o organismo. Além disso, o cuidado com o intestino torna-se ainda mais vital, já que ele está diretamente ligado à imunidade, à produção de serotonina (hormônio do bem-estar) e à regulação hormonal.

3. Álcool e tabaco: os prazeres que matam aos poucos

O cigarro e o álcool são dois dos maiores aceleradores do envelhecimento e precursores de doenças graves. O cigarro, além de destruir os pulmões, afeta diretamente o sistema cardiovascular e provoca danos irreversíveis na pele, acelerando o surgimento de rugas e manchas. O álcool, por sua vez, sobrecarrega o fígado, prejudica o sono, desregula os hormônios e impacta diretamente o cérebro, levando a quadros de ansiedade, depressão e até demência precoce.

Se até os 30 o corpo era capaz de “reverter” alguns dos danos dessas substâncias, após os 40 o organismo perde parte dessa capacidade de regeneração, e o impacto passa a ser muito mais visível e devastador. Reduzir drasticamente — ou eliminar — esses vícios é, sem dúvida, um dos maiores presentes que você pode se dar.

4. Sono: quem não dorme, não se regenera

O sono é uma das ferramentas mais poderosas de reparação celular. Dormir mal não apenas deixa você cansado no dia seguinte. A privação crônica do sono afeta o equilíbrio hormonal, favorece o ganho de peso, prejudica a memória, aumenta o risco de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e até interfere na regulação da glicose no sangue.

Após os 40, a qualidade do sono se torna ainda mais fundamental. Estabelecer uma rotina de horário, evitar luz azul (celular e televisão) antes de dormir, praticar higiene do sono e, se necessário, buscar ajuda médica para tratar distúrbios como apneia, são passos fundamentais.

5. Estresse crônico: o assassino silencioso

A vida moderna, associada às responsabilidades profissionais, familiares e financeiras, faz com que o estresse se torne uma constante. O problema é que, após os 40, o corpo perde parte da capacidade de modular os efeitos do cortisol, o hormônio do estresse. Isso gera inflamação crônica, aumento da pressão arterial, desequilíbrio hormonal, ganho de peso e problemas cardíacos.

Além dos danos físicos, o estresse também corrói a saúde mental, levando a quadros de ansiedade, depressão e até burnout. Técnicas de gestão emocional como meditação, respiração consciente, terapia, além de atividades prazerosas como jardinagem, arte, dança e convívio social, são remédios poderosos.

6. Isolamento social: envelhecer na solidão é adoecer

Estudos comprovam: o isolamento social pode ser tão nocivo quanto fumar 15 cigarros por dia. As conexões sociais mantêm o cérebro ativo, estimulam a produção de dopamina e serotonina e protegem contra o declínio cognitivo. A falta de interação, por outro lado, aumenta significativamente o risco de depressão, demência e doenças cardíacas.

Cultivar amizades, participar de grupos, envolver-se em trabalhos voluntários, buscar atividades em comunidade e manter relações familiares saudáveis são pilares não apenas de felicidade, mas de saúde.

7. Negligenciar exames e check-ups é um erro fatal

Após os 40, o corpo começa a apresentar riscos que antes não existiam ou eram mínimos. Muitos cânceres, doenças cardiovasculares e metabólicas são silenciosos, sem sintomas nas fases iniciais. Check-ups regulares são a diferença entre a cura e o agravamento.

Homens e mulheres devem acompanhar pressão arterial, colesterol, glicemia, saúde renal, hepática e óssea. Para as mulheres, exames como mamografia, papanicolau e avaliação hormonal são essenciais. Para os homens, PSA e exames da próstata são fundamentais. A prevenção sempre será mais barata e menos dolorosa do que o tratamento.

8. Acomodação mental: cérebro que não é desafiado, atrofia

O cérebro é um músculo metafórico: quanto mais usamos, mais forte fica. Ao contrário, se cairmos na mesmice, ele enfraquece. Aprender coisas novas após os 40 não é apenas uma opção para evitar o tédio, mas uma estratégia de saúde mental.

Aprender um novo idioma, começar um instrumento musical, fazer cursos, ler mais, viajar, sair da zona de conforto e explorar novos conhecimentos não só previnem o Alzheimer e outras doenças, como aumentam a satisfação com a vida.

Os 40 não são o começo do fim. São o fim do começo.

Se há uma verdade inquestionável, é que envelhecer é um privilégio negado a muitos. E, mais do que isso, envelhecer com saúde, disposição e alegria é uma escolha. Uma escolha que começa agora, nas pequenas decisões diárias.

Abandonar os hábitos que te adoecem não é abrir mão de prazeres. É, na verdade, abrir espaço para uma vida mais leve, mais saudável e mais feliz. O corpo após os 40 te pede respeito. E ele te recompensa com energia, vitalidade e bem-estar.

Não espere mais. Sua saúde não pode ser adiada. O melhor dia para começar foi ontem. O segundo melhor é hoje.

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