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Por que tanta gente prefere mandar áudio em vez de digitar? A psicologia responde

Aumento do uso de mensagens de voz revela mudanças na forma como buscamos conexão, afeto e praticidade na comunicação digital

22/06/2025 às 20h40
Por: MARCELO NOBRE Fonte: REDAÇÃO
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Falar permite transmitir emoções com muito mais clareza. Créditos: Reprodução/IA
Falar permite transmitir emoções com muito mais clareza. Créditos: Reprodução/IA

Se você já mandou uma mensagem de voz no lugar de escrever, está longe de ser exceção. Muita gente tem preferido apertar o botão do microfone e falar, em vez de digitar cada palavra. Esse hábito, cada vez mais comum, reflete uma mudança importante na forma como a gente se comunica no dia a dia — e como a tecnologia acompanha esse movimento.

Plataformas como WhatsApp, Telegram, Messenger e até Zoom ou Skype têm investido em melhorias nos recursos de áudio. O motivo é simples: as pessoas querem mais do que palavras escritas. Querem ser ouvidas de verdade, com entonação, pausas, risos, suspiros. Uma mensagem de voz, por mais rápida que seja, pode carregar um tom emocional que o texto dificilmente alcança.

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Falar permite transmitir emoções com muito mais clareza. Dá para mudar o tom da voz no meio da frase, acelerar se for urgente, ou suavizar se o assunto for delicado. Um simples “oi” falado pode soar acolhedor, ansioso, animado ou triste — tudo depende de como se diz. E isso faz toda a diferença, principalmente quando estamos longe das pessoas com quem nos importamos.

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A crítica comum: “dá trabalho ouvir”

Apesar disso, tem quem torça o nariz para os áudios. É comum ouvir reclamações de que ouvir uma mensagem de voz exige mais esforço: precisa de fone, de silêncio, de tempo. E quando o áudio tem dois minutos, no meio do expediente, pode parecer até falta de consideração.

Mas a verdade é que, na maioria das vezes, o envio de áudios não é sobre praticidade para quem manda, e sim sobre conexão com quem ouve. É como quando um pai grava uma história para o filho que está em outra cidade, ou quando um amigo compartilha uma notícia difícil, mas não quer telefonar para não pressionar o outro. O áudio permite proximidade sem invadir o espaço alheio.

Não é só conveniência

Também há vantagens que nem sempre percebemos. Para quem tem dislexia, artrite, deficiência visual ou qualquer dificuldade motora, gravar ou ouvir uma mensagem pode ser muito mais simples do que escrever. E para quem está na correria, é possível mandar um recado enquanto dirige ou faz uma caminhada.

Além disso, o som da voz de alguém querido pode ter um efeito emocional poderoso. Às vezes, ouvir é mais marcante do que ler. E numa época em que as conversas são cada vez mais rápidas e superficiais, parar para gravar um áudio pode ser uma forma sutil — e valiosa — de demonstrar afeto e presença.No fim das contas, mandar uma mensagem de voz não é só uma questão de conveniência. É uma forma de dizer: “Estou aqui. Quero que você me escute”. E isso, no meio de tanta notificação, silêncio e distância, tem um valor imenso.

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