O rapper e empresário americano Sean “Diddy” Combs continuará preso após decisão judicial nesta quarta-feira (2), nos Estados Unidos. A determinação foi tomada pelo juiz federal Arun Subramanian, em Nova York, logo após o veredito do júri que o considerou culpado por duas acusações de transporte de mulheres para prostituição. A defesa tentou evitar a detenção imediata oferecendo uma fiança de US$ 1 milhão, mas o pedido foi negado.
A decisão ocorre no desfecho de um processo criminal que se desenrolava há meses e atraiu atenção internacional. Diddy, um dos nomes mais influentes da música e do entretenimento nas últimas décadas, respondia a cinco acusações federais, incluindo tráfico sexual, organização criminosa (conhecida como “racketeering”) e transporte de pessoas com a finalidade de exploração sexual, em violação à Lei Mann — legislação americana de 1910 que criminaliza o transporte interestadual de pessoas para fins de prostituição.
Após semanas de julgamento, o júri federal considerou Combs culpado apenas pelas duas acusações de transporte para prostituição. Ele foi absolvido das demais acusações mais graves, incluindo o tráfico sexual e a formação de quadrilha.
Apesar de a condenação não ter sido total, o juiz determinou que o rapper permaneça detido até a audiência de sentença, marcada para o dia 3 de outubro de 2025. Segundo a lei americana, a violação da Lei Mann prevê pena máxima de até 10 anos por cada acusação, o que pode levar Diddy a uma condenação de até 20 anos de prisão.
Durante a audiência, a defesa de Diddy pediu a liberdade provisória mediante o pagamento de US$ 1 milhão, alegando que o artista havia sido inocentado das acusações mais graves. No entanto, o juiz Subramanian sustentou que, mesmo com condenações parciais, o tipo de crime previsto pela Lei Mann exige prisão obrigatória até o julgamento da pena.
Além disso, o juiz afirmou que Diddy representa risco à comunidade, citando episódios anteriores de violência e controle sobre as vítimas, que foram relatados durante o julgamento por testemunhas e ex-funcionárias. Ele também mencionou que o cantor “exibia um padrão de comportamento manipulador”.
A defesa tentará argumentar que Diddy já cumpriu cerca de 10 meses de prisão preventiva, e pedirá uma pena mais leve. Os advogados devem sugerir entre 21 e 27 meses de reclusão, enquanto a promotoria deve insistir em uma pena mais próxima da previsão legal máxima, entre 51 e 63 meses.
A sentença será lida em audiência pública, com possibilidade de revisão da data caso a defesa peça a antecipação.
A condenação representa um duro golpe na imagem do rapper, que já foi considerado um dos maiores nomes da indústria fonográfica americana. Diddy também é empresário, dono de marcas de moda e bebidas, e um influente produtor musical.
O caso teve início após denúncias feitas por mulheres que afirmam terem sido coagidas, drogadas e transportadas por Diddy e seus associados para festas privadas onde ocorriam abusos sexuais. Algumas dessas denúncias vieram à tona após um processo civil movido pela cantora e ex-namorada Cassie Ventura, em 2023.
A investigação avançou após outras vítimas apresentarem relatos semelhantes, levando à abertura da ação penal.
Até o momento, os advogados de Diddy afirmam que ele foi alvo de perseguição e que a decisão do júri reflete um julgamento desequilibrado. Em nota, a equipe do rapper declarou que irá recorrer da decisão e reafirmou a inocência do artista em relação às acusações.
Já os promotores celebraram o veredito parcial como uma “vitória da verdade” e disseram que ele mostra que “ninguém está acima da lei”, independentemente da fama ou do poder financeiro.
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