Em uma cerimônia realizada em Brasília, o Governo Federal lançou oficialmente o Plano Safra 2019/2020, considerado o maior da história do Brasil em volume de recursos. O plano destina um montante recorde de R$ 225,59 bilhões para financiamento da produção agropecuária nacional, abrangendo custeio, comercialização, investimentos e inovação tecnológica, com foco no fortalecimento da agricultura sustentável e na ampliação da produtividade no campo.
A Bahia marcou presença no lançamento do plano, representada pelo governador Rui Costa, parlamentares e lideranças do setor rural. A participação baiana reforça a importância do estado no cenário agrícola nacional, especialmente nas cadeias produtivas do sisal, frutas, grãos e pecuária, além da agricultura familiar, que tem papel crucial em centenas de municípios baianos.
O plano destina R$ 31,22 bilhões ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), com taxas de juros entre 3% e 4,6% ao ano, facilitando o acesso de pequenos agricultores ao crédito rural. Já o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) contará com R$ 33,12 bilhões, com juros de até 6% ao ano.
O restante dos recursos será dividido entre grandes produtores, cooperativas, agroindústrias e programas específicos, como incentivo à agricultura de baixo carbono (ABC), aquisição de máquinas, modernização de estruturas, recuperação de pastagens, armazenagem e fomento à tecnologia e conectividade no campo.
Um dos pilares do novo Plano Safra é o estímulo à tecnologia no campo, com linhas de crédito específicas para produtores que adotarem práticas sustentáveis, como:
Sistemas de irrigação inteligente e economia de água;
Uso de energia solar e fontes renováveis;
Adoção de tecnologias de rastreabilidade de produção;
Investimento em máquinas agrícolas modernas com menor impacto ambiental.
O programa também promove o fortalecimento da chamada "agropecuária 4.0", com a digitalização das propriedades rurais, acesso à internet no campo, uso de drones, sensores e softwares de gestão agrícola.
A Bahia, que tem grande parte do seu território formado por regiões semiáridas, se beneficia fortemente das políticas de crédito voltadas à convivência com a seca, como as que permitem o investimento em tecnologias adaptadas ao clima, reservatórios de água, perfuração de poços e sistemas agroflorestais.
Municípios do sertão baiano, como Canudos, Uauá, Euclides da Cunha, Monte Santo e Curaçá, onde a agricultura familiar e a pecuária de pequeno porte são as principais fontes de renda, estão entre os beneficiados. O plano representa uma oportunidade para reduzir desigualdades regionais, incentivar a produção local, combater o êxodo rural e promover o desenvolvimento sustentável no interior do estado.
Durante o evento, representantes do Governo destacaram que o Plano Safra 2019/2020 foi estruturado com base no diálogo entre produtores, cooperativas, entidades de classe e técnicos do Ministério da Agricultura. A ministra Tereza Cristina afirmou que o plano "é um marco no apoio à produção agropecuária brasileira com responsabilidade ambiental e inovação".
O governador Rui Costa destacou a importância do volume de recursos e da manutenção das taxas de juros em patamares viáveis para os produtores nordestinos. “O desafio é garantir que esse crédito chegue na ponta, principalmente ao pequeno agricultor. O plano é robusto, e a Bahia estará empenhada em facilitar o acesso dos nossos agricultores aos recursos”, disse.
O Plano Safra 2019/2020 tem validade até junho de 2020 e deve beneficiar milhões de agricultores em todo o país. A expectativa é de que, com os incentivos anunciados, o setor agropecuário continue puxando o crescimento econômico nacional, mantendo-se como responsável por mais de 25% do PIB brasileiro e gerador de emprego e renda em mais de 70% dos municípios do país.
Mais do que números, o novo plano traz uma perspectiva de transformação para o campo, aproximando o pequeno produtor da tecnologia, fomentando boas práticas agrícolas e oferecendo mais segurança ao produtor rural diante dos desafios climáticos e de mercado.
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