Elon Musk voltou a agitar o cenário político americano e mundial nesta sexta-feira, 5 de julho de 2025, ao anunciar oficialmente a criação de um novo partido político nos Estados Unidos: o America Party. O anúncio foi feito por meio de uma postagem na plataforma X, rede social da qual é dono, logo após a divulgação de uma enquete promovida por ele mesmo, onde mais de 1,2 milhão de usuários participaram — e cerca de 65% disseram apoiar a criação de uma nova sigla como alternativa ao Partido Republicano e ao Partido Democrata.
A decisão veio na sequência de uma troca de farpas entre Musk e o ex-presidente Donald Trump, que recentemente sancionou um amplo pacote fiscal chamado de “One Big Beautiful Bill”. Apesar de contar com apoio de grande parte dos republicanos, o plano foi duramente criticado por Musk, que o chamou de “catástrofe econômica maquiada de populismo”. Segundo o bilionário, o projeto agrava ainda mais o déficit público e consolida um sistema político que “usa dinheiro público para garantir votos e perpetuar o status quo em Washington”.
Musk afirmou que seu novo partido nasce com um ideal simples, porém ambicioso: "resgatar a liberdade individual, a responsabilidade fiscal e o espírito empreendedor americano". Em seu pronunciamento na X, ele destacou que o America Party não será de direita nem de esquerda, mas sim de "baixo para cima", dando voz ao cidadão comum contra as elites políticas e corporativas que, segundo ele, controlam os dois principais partidos tradicionais.
A criação do partido já vinha sendo especulada há meses, especialmente após Musk passar a fazer críticas públicas e frequentes a Trump e a diversos parlamentares republicanos. Embora tenha apoiado algumas pautas conservadoras nos últimos anos — incluindo a liberdade de expressão e o combate à censura nas redes sociais — Musk se afastou dos círculos trumpistas após divergências quanto à política fiscal e à condução da economia.
De acordo com analistas políticos, a entrada de Musk na política formal pode mudar o jogo eleitoral de 2026 e 2028. Seu capital político nas redes sociais, onde soma mais de 300 milhões de seguidores, além de sua fortuna pessoal avaliada em mais de 200 bilhões de dólares, fazem dele um adversário de peso para qualquer nome do establishment. O America Party, segundo fontes próximas, deve começar com candidaturas ao Congresso já no próximo ciclo eleitoral, e Musk não descarta lançar um nome competitivo para a presidência — podendo até ser ele mesmo, caso supere as barreiras legais ligadas à sua naturalidade sul-africana.
Especialistas também alertam que Musk, embora popular entre jovens empreendedores e setores tecnológicos, enfrentará resistência entre conservadores tradicionais e progressistas, que veem sua postura libertária como instável ou oportunista. Além disso, o bilionário precisará montar uma base partidária real em todos os estados americanos para viabilizar suas propostas e, eventualmente, registrar candidaturas viáveis — algo que exigirá estrutura, alianças e organização.
A criação do America Party também reacende o debate sobre a viabilidade de um terceiro partido nos Estados Unidos, onde o sistema bipartidário é fortemente enraizado. Ainda assim, nomes como Ross Perot nos anos 90 e Ralph Nader nos anos 2000 mostraram que candidaturas fora do eixo tradicional podem impactar resultados nacionais, mesmo sem vencer eleições.
Por fim, Musk garantiu que o novo partido terá um estatuto aberto ao público e será conduzido com base em princípios tecnológicos de transparência, uso de blockchain para registros internos e participação digital dos eleitores nas decisões partidárias. “Estamos fundando o primeiro partido político nativo da era digital. Isso não é apenas uma ideia — é uma revolução”, afirmou.
Enquanto opositores acusam Musk de populismo digital, seus seguidores o veem como a única voz capaz de quebrar a polarização tóxica entre democratas e republicanos. Com a fundação do America Party, o bilionário entra de vez para a história política dos EUA — e o mundo assiste atento aos próximos passos.
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